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Qual terá sido a marca que ganhou o Mundial?

As marcas utilizaram o Mundial como forma de se aproximarem ainda mais dos fãs. Qual terá sido a marca que mais ganhou?

Qual tera sido a marca que ganhou o Mundial

Enquanto os atletas se batiam em campo – suavam, choravam, mordiam até a relva – as marcas utilizavam o Mundial para se aproximarem de uma base de fãs global e experimentarem algumas atualizações de marketing, em tempo real.

Antes da final, alguns executivos de marketing e publicidade foram questionados sobre qual a marca que, nas suas opiniões, terá ganho o Campeonato do Mundo de Futebol.

Aqui ficam as suas respostas:

Joost Dop / CEO EMEA, Projeto: WorldWide

Para já, a marca Brasil é a grande vencedora. Apesar de todo o PR negativo durante o campeonato, e a sua grande derrota contra Alemanha, pudemos ver sempre um país orgulhoso de ser o anfitrião perfeito. É difícil dizer qual a marca que teve mais impacto, sem acedermos aos dados.

Contudo,  na minha opinião,  um dos anunciantes mais interessantes foi o Beats by Dre stereo headphones. O anúncio de guerrilha que apresentaram foi uma ótima forma de estarem associados à FIFA, sem serem um patrocinador oficial, mas também, em termos criativos, conseguiram mostrar como as marcas estão a cruzar fronteiras.

O Beats headphones utilizou as mesmas estrelas e cenários que a Nike e a Adidas, mas o anúncio ficou mais original e contemporâneo. Acima de tudo, foi um grande progresso face ao simples (mas altamente eficaz e memorável)  product placement que vimos nas cabeças dos atletas em Londres de 2012.

Todd Drake / Chief Technology Officer, Organic

Para um fã de futebol hardcore (ahem), tanto a Nike como a Adidas trabalharam muito na preparação dos seus anúncios oficiais – pequenas curtas-metragens diretamente ligadas à paixão do jogo bonito.

Ambas criaram peças incríveis de conteúdo globalmente relevante, e ambas colocaram as suas estrelas na frente e no centro. Curiosamente, pensei que a Adidas se conectava mais com os jogadores e a Nike mais com os fãs.

A Nike fez um melhor trabalho a nível social em termos de consciencialização. A história e o vídeo eram mais divertidos e passíveis de serem partilhados – tiveram duas vezes mais visualizações que a Adidas.

Entre os amigos dos jogadores, a agência holandesa ACHTUNG! ganhou na internet.

Logo depois do incidente da mordida do Suarez, a ACHTUNG publicou um jogo semelhante ao do Pac-man chamado Biteman, onde a cabeça sem corpo do Suarez engole várias cabeças do Giorgi Chiellini, enquanto tenta escapar aos cartões vermelhos de 4 árbitros fantasma. Brilhante. E uma rapidíssima reação a um evento mundial.

Por outro lado, é bastante claro quem perdeu. Os anúncios de carro Kia estavam em todas as transmissões dos jogos nos EUA, mas eram surdos-mudos e conseguiram ofender praticamente toda a gente. Estavam tão fora de contexto como um anúncio de cerveja de futebol americano.

O anúncio da Hyunday, que simula 9 meses após o mundial, provavelmente criou algumas discussões de família divertidas, já que vários jovens também estavam a ver os jogos nos EUA.

marcas do mundial

Matt Holliday / Estratega de Conteúdo, BFG

Enquanto a Nike teve indiscutivelmente alguns dos melhores spots, como o “Winner Stays” que esteve no ar antes do Mundial e o “Risk Everything” lançado mais perto do campeonato.

O seu patrocinador oficial do Mundial foi uma grande ajuda e tem-se saído bem no social media, com a conta Brazuca Ball Twitter a acumular perto de 3.2 milhões de seguidores e alguns high-profile retweets.

O lançamento do seu novo equipamento “Battle Pack” também foi bem executado, com excelente sinalização, anúncios online, e vários atletas de topo a usar as novas botas.

Algumas menções honrosas vão também para o McDonald’s, cujo anúncio trick shot gerou uma série de buzz online antes dos jogos, e para a ESPN, que fez um excelente trabalho de cobertura televisiva, conduzindo de forma notável, grandes quantidades de tráfego para a aplicação WatchESPN, que tinha visualização móvel de todos os jogos. Muito útil quando está sentado no escritório.

Ryan Wofford / Diretor de Estratégia Digital, BFG

A verdade é que a Adidas possuí grande parte do share da conversação online. Em grande parte devido à preparação da sua equipa, aos seus recursos, e a uma audiência global já fidelidade. Há anos que a Adidas tem sido ‘all in’ em social media e na criação de conteúdo que fideliza a sua audiência.

E como os media relataram, a equipa social da Adidas passou a maior parte do ano a desenvolver a sua estratégia. A acumular imagens e recursos, e a planear todos os possíveis resultados e respetivas peças de conteúdo. O que lhes permitiu responder de forma rápida e em tempo real com tweets bem pensados.

Eric Johnson / Fundador e Presidente, Ignited

Há alguns vencedores inesperados no Mundial. Sim, a Adidas, a Nike, o Mcdonald’s e os outros patrocinadores saíram-se bem. Mas os vencedores inesperados na América são a indústria de futebol em crescimento. Major League Soccer, AYSO youth soccer e as empresas que beneficiaram diretamente da venda de mais camisas, calções, caneleiras, calçado e bolas.

O futebol tem crescido em termos de popularidade, e a quantidade fenomenal de buzz que veio deste evento, terá repercussões nos próximos anos. Escritórios à volta do país pararam de trabalhar enquanto as pessoas se reuniam para ver aos jogos principais online e nas TVs.

A onda de interesse, especialmente com a performance surpreendentemente boa dos EUA, trouxe um novo nível de interesse, credibilidade, e emoção ao desporto. O interesse exibido publicamente por parte de americanos famosos como o Pitbull, a Jennifer Lopez e o Kobe, atiçou ainda mais as chamas e legitimou o interesse dos fãs americanos.

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